a riqueza fervilhante da actividade literária nesta época contrariam o preconceito que inúmeras vezes surge em relação ao pouco desenvolvimento intelectual na Idade Média. a própria diversidade na postura editorial revela-nos a riqueza do pensamento, mesmo dentro da Igreja [muitas vezes acusada de obscurantismo nesta época ou de uma intransigência ao desenvolvimento intelectual].
o fundo social teve uma profunda influência no pensamento contemporâneo aos autores tratados, pois não se pode deixar de notar que uma forma de escapar às agruras do dia-a-dia era através do seguimento da vida eclesiástica, tal situação tornava-se um filtro pouco eficaz de vocações que por sua vez conduziam a determinadas crises dentro da própria Igreja. ao mesmo tempo a ansiedade de atingir uma nova era, deixando para trás a conturbação política europeia impelia outros autores [por exemplo, os grandes comentadores das Escrituras, Bruno de Asti e Ruperto de Deutz ou o aclamado poeta Baudry, abade de São Pedro de Bourgueil] na procura de um conhecimento que libertasse a sociedade ou mostrasse novas soluções.
todo este cenário permitiu evidentemente um maior escoamento dos recursos literários da Igreja, que por sua vez desencadeavam mais discussões [fossem por questões espirituais, como o debate sobre a Eucaristia, ou políticas como sucedeu com a extensa escrita sobre a luta pelas investiduras], ou seja, foi o próprio debate, que se instalou definitivamente na segunda metade do século XI, que permitiu um maior desenvolvimento literário. autores como Umberto Eco, ilustram, nos seus romances, exemplarmente o confronto intelectual e espiritual que duas posturas distintas provocavam, mas afinal foi sempre assim que se procedeu o desenvolvimento em todas as áreas das ciências humanas.
é já na transição entre ambos os séculos que surge o ilustre nome de Hildeberto de Lavardin, cujo trabalho é ilustrador do apogeu literário da literatura eclesiástica medieval vivido na primeira metade do século XII. Não só pela poesia bíblica, mas também nas peças de teatro que escreveu, as quais ainda que tematizadas pelo martírio dos cristãos em Roma, não deixavam de impressionar pela força da ilustração da cidade eterna.
aliás, é natural a capacidade descritiva pormenorizada numa altura em que a narração histórica se encontra cada vez mais desenvolvida. são imensos os autores que escrevem crónicas e mesmo biografias, quiçá numa procura de no passado encontrar valores e virtudes que servissem de modelo numa época, como já foi referido, politicamente conturbada.
fonte: Nova História da Igreja. Vol. 2, AUBERT, R. KNOWLES, M. D. ROGIER, L.-J.
o fundo social teve uma profunda influência no pensamento contemporâneo aos autores tratados, pois não se pode deixar de notar que uma forma de escapar às agruras do dia-a-dia era através do seguimento da vida eclesiástica, tal situação tornava-se um filtro pouco eficaz de vocações que por sua vez conduziam a determinadas crises dentro da própria Igreja. ao mesmo tempo a ansiedade de atingir uma nova era, deixando para trás a conturbação política europeia impelia outros autores [por exemplo, os grandes comentadores das Escrituras, Bruno de Asti e Ruperto de Deutz ou o aclamado poeta Baudry, abade de São Pedro de Bourgueil] na procura de um conhecimento que libertasse a sociedade ou mostrasse novas soluções.
todo este cenário permitiu evidentemente um maior escoamento dos recursos literários da Igreja, que por sua vez desencadeavam mais discussões [fossem por questões espirituais, como o debate sobre a Eucaristia, ou políticas como sucedeu com a extensa escrita sobre a luta pelas investiduras], ou seja, foi o próprio debate, que se instalou definitivamente na segunda metade do século XI, que permitiu um maior desenvolvimento literário. autores como Umberto Eco, ilustram, nos seus romances, exemplarmente o confronto intelectual e espiritual que duas posturas distintas provocavam, mas afinal foi sempre assim que se procedeu o desenvolvimento em todas as áreas das ciências humanas.
é já na transição entre ambos os séculos que surge o ilustre nome de Hildeberto de Lavardin, cujo trabalho é ilustrador do apogeu literário da literatura eclesiástica medieval vivido na primeira metade do século XII. Não só pela poesia bíblica, mas também nas peças de teatro que escreveu, as quais ainda que tematizadas pelo martírio dos cristãos em Roma, não deixavam de impressionar pela força da ilustração da cidade eterna.
aliás, é natural a capacidade descritiva pormenorizada numa altura em que a narração histórica se encontra cada vez mais desenvolvida. são imensos os autores que escrevem crónicas e mesmo biografias, quiçá numa procura de no passado encontrar valores e virtudes que servissem de modelo numa época, como já foi referido, politicamente conturbada.
fonte: Nova História da Igreja. Vol. 2, AUBERT, R. KNOWLES, M. D. ROGIER, L.-J.
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