20101229

ναρκη

poucos homens são justos para o seu próprio bem. seguros de si, daquilo que aos seus olhos é a sua exemplar fibra moral, em poleiros de auto-ilusão e grandiosidade adquiridos através duma cultura de individualidade, não toleram depois ver-se reflectidos nos olhos dos que não os julgam - então feridos de morte, ante a compreensão da sua própria pequenez, defendem-se com um complexo de superioridade, com um hálito negro de rancor para com aqueles que os rodeiam.

e assim lhes sucumbe o resto da graça: incapazes do seu próprio bem, tornam-se incapazes do bem ao próximo. não amam ninguém, ou nada, a não ser a si próprios.

que leiam o mythos de Narkissos e possam despertar a tempo.